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Salvador: riscos urbanos e ambientais diversos
Salvador: riscos urbanos
e ambientais diversos
Consolidar a cidadania ambiental. Este é, para a promotora de Justiça do Meio Ambiente Hortênsia Pinho, o objetivo a ser conquistado por aqueles que buscam resolver a crise sócio-ambiental evidenciada na cidade de Salvador. É por meio desta cidadania, que poderemos “descortinar um universo de soluções sustentáveis”, alertou a promotora de Justiça hoje, dia 30, durante o seminário realizado na sede do Ministério Público estadual com a finalidade de discutir, com vários representantes da sociedade civil organizada, estratégias de enfrentamento dos riscos urbanos e ambientais de Salvador e a desconfiguração do espaço urbano do município diante de obras de engenharia pública e privada. |
Para Hortênsia Pinho, Salvador, em função da urbanização prematura, tem um crescimento muito marcado por contrastes. Aqui, disse ela, não se oferecem condições de acesso à terra urbana e moradia a pessoas carentes, o que faz com que grande parte delas esteja vivendo de forma ilegal e estimula o aumento da pobreza e o impacto sócio-ambiental. Os diversos danos verificados nesta e em outra grandes cidades, ressaltou a promotora, estão pulverizados o que dificulta e quase impossibilita a fiscalização. Dessa forma, sugeriu Hortênsia, “parece que o único caminho a se buscar é a consolidação da cidadania ambiental, que permitirá a participação no processo político”. Tal atuação, frisou o pastor Djalma, é necessária para que o acervo histórico, cultural e ambiental da cidade possa ser preservado e colocado distante de interesses outros. Isso, disse ele, “sob pena de legarmos aos nossos descendentes uma cidade descaracterizada e degradada”. |
A degradação da cidade foi destacada também pelo pró-reitor de extensão da Universidade Federal da Bahia, professor de Arquitetura Eugênio Lins, que disse que a destruição da geografia de Salvador o assusta. “Já não se sabe o que é cidade baixa ou alta”, lamentou o professor, acrescentando que Salvador já não tem identidade. Para ele, a resolução da questão sócio-ambiental só será possível com o envolvimento “essencial” dos vários setores da sociedade. A união desses diversos setores, lembrou também o presidente do Instituto de Arquitetos da Bahia (IAB), Paulo Azevedo, é indispensável para que se possa formatar uma negociação no sentido de construir uma cidade mais harmônica. |
Também durante o evento em que foi divulgada uma carta manifesto às autoridades e ao povo de Salvador, o representante da Ufba Ecológica lembrou que estamos vivendo uma das maiores crises da humanidade: a ambiental. Segundo ele, um dos grandes problemas é que estamos esgotando os recursos naturais numa velocidade muito maior do que a capacidade que eles têm para se recuperar. A agressão desenfreada ao meio ambiente também foi destacada na fala do presidente da Associação Brasileira de Antropologia, Carlos Caruso, que ressaltou que a cidade deve ser sim tratada como espaço de sociabilidade, mas não pode sofrer os impactos que tem sofrido constantemente. A crise urbana de Salvador foi, também durante o seminário, o tema da mesa redonda formada pelo professor Ordep Serra, Fábio Bandeira, Roberto Guimarães, Marli Carrara e Carl Hauenschild.
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