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Alunos do Progredh discutem racismo e direitos humanos
Alunos do Progredh discutem
racismo e direitos humanos
“Existe racismo no Brasil?”. Foi com esta indagação que o professor, mestre em história pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Juvenal de Carvalho, iniciou a palestra sobre história da África, racismo e direitos humanos hoje (30), no auditório do Ministério Público estadual. Como resposta, ele recebeu dos alunos do Programa de Educação em Direitos Humanos (Progredh) um unânime “sim”.
A pergunta, explicou o professor, foi apenas para demonstrar que a resposta que parece óbvia não o é, “pois isto não é o que afirma a maioria dos brasileiros”. Segundo Juvenal, a maioria da população deste país argumenta que não há racismo no Brasil, porém, para ele, é evidente que esta política discriminatória existe. Há aqui uma maioria discriminada, salientou o palestrante, contradizendo aqueles que dizem que existe uma minoria. São essas pessoas que, segundo o professor, procuram deliberadamente apagar o negro da história e buscam transformar o que é maioria em minoria.
Para Juvenal de Carvalho, um dos grandes problemas existentes no Brasil é que a maioria de nós reproduz o racismo diariamente. A discriminação, explicou ele, está presente no acesso desigual ao trabalho, à educação, à riqueza, à propriedade e até ao poder. Salvador, a cidade brasileira com maior número de negros na população, por exemplo, nunca elegeu um prefeito negro, disse ele, afirmando que o pior é que a “escola brasileira é ultra-racista”. Esse, frisou o professor para os 215 alunos que participam do Progredh, é o racismo mais violento que existe, mas, infelizmente, “a educação em geral é uma demonstração explícita de como a desigualdade racial opera no Brasil”.
O Progredh é uma iniciativa do Ministério Público estadual em parceria com a Fundação Escola Superior do MP (Fesmip) e a Secretaria Municipal de Educação. Ele foi lançado em 2005 e objetiva capacitar estudantes da 5ª a 8ª séries do ensino público municipal para estimular a redução da violência e da evasão escolar, fomentando uma cultura de paz e respeito aos direitos humanos.
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