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MP promove 1ª audiência pública para discutir sistema de atendimento da saúde mental de crianças e adolescentes em Salvador
Com o objetivo de discutir os principais problemas e dificuldades enfrentados pelo sistema de atendimento à saúde mental para crianças e adolescentes em Salvador, o Ministério Público estadual promoveu na última quarta-feira, dia 11, uma audiência pública no auditório da Instituição, em Nazaré. A audiência foi presidida pelo promotor de Justiça Carlos Martheo Guanes e contou com a presença na mesa de abertura da promotora de Justiça Cínthia Guanaes; do superintende de Atenção Integral à Saúde (SAIS) da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), José Raimundo Mota de Jesus; da coordenadora de Saúde Mental do Município de Salvador, Teresa Costa; Ivan Araújo do Pronto Atendimento Psiquiátrico; Suely Lobo do Centro de Atenção Psicossocial de Infância e Adolescência (CAPs); da professora Vládia Jucá da Universidade Federal da Bahia (UFBa); a coordenadora da Unidade de Acolhimento Casa da Ladeira, Marcela Spath; os vereadores Hilton Coelho e Aladilce Souza; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Marcos Almeida Sampaio; a técnica em Saúde da Criança Paula Requião, da Secretaria Municipal da Saúde; e a psiquiatra Ana Paola Robatto.
De acordo com Ivan Araújo do PA Psiquiátrico, de 2013 a 2015, a maior procura por serviços psiquiátricos na unidade se deu por adolescentes de 15 a 17 anos. Em Salvador, a região que apresenta maior demanda por leitos hospitalares psiquiátricos é o distrito sanitário que vai da Barra ao Rio Vermelho. “A maior parte dos internamentos são realizados por uso de substâncias tóxicas, diagnósticos de retardo mental quadros psicóticos”, destacou. Na ocasião, os presentes relataram os principais problemas da área da saúde mental em Salvador, como a falta de infraestrutura dos dois únicos CAPs da Infância e Adolescência existentes nos bairros da Liberdade e Rio Vermelho, a necessidade de se avançar na afirmação dos direitos dos jovens e de se criar programas de inserção de trabalho e geração de renda compatível com a realidade dos usuários. A promotora de Justiça Cínthia Guanaes ressaltou a importância de uma maior integração entre os setores da saúde e educação para se conseguirem maiores avanços na área da saúde mental. Segundo José Raimundo da Sesab, há um projeto em andamento para a criação de leitos psiquiátricos nos hospitais gerais, que contribuirá para diminuir a sobrecarga de atendimentos nos CAPs. Também foi proposta a realização de uma Conferência Municipal da Criança e do Adolescente para discutir a temática e sugerir alternativas viáveis para resolução dos problemas existentes.
Crédito das fotos: HF Fotografia