Você está aqui
Palestra de ministro do STF sobre combate à corrupção no Brasil é prestigiada por PGJ da Bahia
A procuradora-Geral de Justiça da Bahia, Ediene Lousado, participou na noite da segunda-feira, dia 14, de um evento promovido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com palestra do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso sobre “Combate à corrupção, mudança de paradigma e refundação do Brasil”. “O Brasil vive uma onda negativa muito intensa. Recessão prolongada, desemprego. Ocorreu uma tempestade política, econômica e ética que abalou a autoestima de todos. Entretanto, esse processo é imprescindível para lançar a base de novas fundações para construir o Brasil que a gente precisa", afirmou o ministro na abertura do evento que faz parte do Projeto NaMoral, que trabalha com estudantes das escolas públicas do DF conceitos como integridade, cidadania e ética, para falar sobre o combate à corrupção para representantes das nove escolas participantes, universitários, professores, integrantes do MPDFT e interessados no assunto.
Segundo o ministro, que afirmou ser uma pessoa otimista, há muitas vitórias nos últimos 30 anos de democracia. Ele ressaltou a estabilidade econômica, a inclusão social de mais de 30 milhões de pessoas, que viviam na linha da pobreza, e a conquista de vários direitos para as minorias. “Com a democracia tudo pode ser debatido à luz do dia”, completou. Sobre o combate à corrupção, ele destacou que a sociedade deixou de aceitar o inaceitável. “As pessoas querem um país melhor, o que pressupõem viver com integridade. Há uma justa indignação da sociedade, pois a corrupção tem muitos custos: econômicos, sociais e morais. Entretanto, o pacto oligárquico reage”, disse. Para esse combate, ele destacou três obstáculos: parte do pensamento progressista acha que os fins justificam os meios; parte do pensamento conservador acha que a corrupção ruim é a dos outros; e os corruptos, que além de não aceitarem a punição, querem continuar a viver nas mesmas práticas. “Esse trem já saiu da estação. Não há como voltar aos patamares anteriores. Não vamos terminar como a Itália, depois da Operação Mãos Limpas. Temos uma sociedade mais mobilizada, um imprensa independe e plural e o Judiciário e o Ministério Público independentes. O mal não vence no final. Temos de professar a fé no bem e nos valores da Constituição”, concluiu.
A procuradora-geral de Justiça do DF e Territórios, Fabiana Barreto, falou sobre a importância do projeto NaMoral, que traz um olhar de esperança nesse cenário de corrupção sistêmica, que tem como proposta educar os jovens e, assim, contribuir para a formação de uma nova consciência, na qual os desvios de conduta não sejam aceitáveis em nosso cotidiano.Já a idealizadora do projeto NaMoral, promotora de Justiça Luciana Asper, afirmou que “não é possível garantir os direitos fundamentais sem o combate à corrupção. A impunidade leva a desvios exponenciais. Desde o escândalo dos Anões do Orçamento, ocorrido no final dos anos 80, os valores desviados só aumentaram. Devemos nos manter inspirados e resilientes. O combate à corrupção deve ser uma iniciativa coletiva”.
*Com informações e fotos da Ascom do MPDFT