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Negociações online e autocomposição são tema de curso no MP
O Ministério Público estadual em parceria com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) iniciou na manhã dessa segunda-feira (23) o treinamento acerca do tema ‘Ministério Público negociador – Curso de alinhameno em autocomposição no âmbito do MP’. Segundo o promotor de Justiça Tiago Quadros, coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), o objetivo é “fortalecer a cultura da negociação no MP baiano”. Ele dividiu a mesa virtual de abertura com o promotor de Justiça Hermes Zanetti, dirigente do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MPES. “Nosso compromisso é entregar a tutela adequada à sociedade conforme nosso mandamento constitucional. E a negociação representa a tutela mais adequada do que a espera dos trâmites judiciais”, afirmou o promotor de Justiça Hermes Zanetti.
A programação foi aberta com a palestra ‘MP negociador – negociações online e questões comportamentais’, que foi ministrada pelo procurador de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), Paulo Valério Dal Pai Moraes. Ele falou sobre os mecanismos de funcionamento cerebrais ativados durante as negociações e sobre a importância de juízes e advogados estudarem a neurociência, que ajuda a deteminar como o cérebro afeta o comportamento humano. “Quando as pessoas cooperam são ativados os neurotransmissores do prazer. Esse é o circuito cerebral da motivação – a cooperação estimula a produção da oxitocina, que por sua vez estimula a dopamina”. Ele complementou que isso explicaria a sensação de prazer gerada nas pessoas que trabalham com métodos autocompositivos.
O procurador de Justiça Paulo Valério falou ainda sobre as técnicas de negociação online. “Antes havia o mito de que a falta de contato pessoal retirava a possibiliade de ‘ler’ a pessoa nas suas intenções e linguagem corporal. Mas, no meio digital, estamos fechando mais acordos”, ressaltou. Ele complementou que esse aumento nos acordos no meio digital se deve a uma série de fatores entre as quais o fato de que eventos realizados online igualam e unificam os participantes, descaracterizando a vivência adversarial vista nos encontros presenciais. “Nas reuniões online, as pessoas estão nos sesus ambientes, em suas casas ou locais de trabalho, e isso alivia as tensões, cumprindo o principal papel da negociação que é o de tranqulizar e dar segurança”, afirmou. Além disso, o procurador de Justiça destacou que, como as pessoas no meio online não sabem para quem cada interlocutor está olhando, isso permite que se foque em cada quadro individual e analise melhor as pessoas sem o inconveniente de se tentar disfarçar.
O curso continuará hoje (24) com a palestra ‘Política nacional de tratamento adequado de conflito’, que será ministrada pela juíza do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Trícia Navarro Xavier Cabral. Também haverá palestras sobre os temas ‘Autocomposição, Ministério Público e processo individual e coletivo’ e ‘Troca de experiências e relatos sobre a atuação dos Nupias e Nupas – MPES, MPRN e MPMG’, nos dias 26 e 27 deste mês respectivamente.