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Semana do MP – Painel debate desafios da comunicação institucional e a importância do engajamento
Riscos institucionais e as estratégias de comunicação foram tema de debate no painel desta quinta-feira (17) durante a Semana do MP 2021, que contou com a presença do mestre em administração e marketing César Magalhães. Também participaram do debate o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Manoel Victor Murrieta, e o promotor de Justiça Adriano Assis, presidente da Associação do Ministério Público da Bahia (Ampeb). O professor e pesquisador César Magalhães falou sobre o que ele chamou de ‘capitalismo de vigilância’, onde todas as ações dos usuários são rastreadas na internet, e a importância das instituições manterem o engajamento do seu público. “Hoje o rastreamento é infinito. Somos assistidos, rastreados e medidos na internet. As empresas de tecnologia antes vendiam hardware e software. Hoje elas vendem os nossos dados”, ressaltou.
César Magalhães falou ainda sobre como as redes sociais ‘criaram’ milhões de viciados e como a relação das pessoas com plataformas tem provocado o aumento de problemas de saúde mental, especialmente em adolescentes, tais como depressão e ansiedade. “Cada vez mais vemos pessoas com problemas como a ‘Desmorfia do Snapchat’, inclusive adolescentes, que buscam cirurgias estéticas para ficarem parecidas com suas imagens editadas na plataforma. Além disso, temos problemas como os ataques cibernéticos. O MP precisa ficar atento a isso, até mesmo pra sua própria segurança”. César Magalhães ressaltou que neste cenário da ‘hiperconectividade’, o desafio é manter as pessoas conectadas na tela, por isso as instituições precisam pensar estratégias de comunicação que aumentem essa interação e engajamento com seu público. “A comunicação precisa manter as pessoas conectadas e engajadas em suas redes”.
Para o presidente da Conamp Manoel Murrieta esse é um enorme desafio para o Ministério Público. “Somos 30 unidades do Ministério Público, 30 chefias e 30 marcas que usam a expressão MP como linha mestra de unidade. Nesse universo, há cerca de 20 mil membros que têm independência funcional e são livres para se expressarem nas redes sociais. Só que precisamos ter a mesma comunicação e a mesma mensagem em todas as unidades”, afirmou Manoel Murrieta. Outro desafio abordado pelo presidente da Conamp foi a necessidade do MP estar presente nas novas redes sociais como o Tik Tok. “Parabenizo Norma Angélica que teve mais de 1 milhão de visualizações no Tik Tok. Mas ela é a única, e precisamos estar presentes nessas plataformas para nos comunicarmos com essa parcela da população que vai às ruas e ‘levanta as bandeiras’ que a gente precisa quando falamos de temas como corrupção, por exemplo”.
Murrieta falou ainda sobre a responsabilidade que cada promotor de Justiça tem na construção da imagem do Ministério Público. “Precisamos entender que aquilo que erramos vai ter mais repercussão na sociedade do que aquilo que acertamos”. Para o promotor de Justiça Adriano Assis, o MP precisa ficar atento a comunicação nas redes sociais, pois uma publicação nessas plataformas pode ter maior alcance do que um editorial em jornal. “Temos um grande desafio com as novas redes sociais. Às vezes uma publicação pode sair distorcida, e aí precisamos decidir qual a linguagem que usaremos nessas novas redes. Certamente não será a mesma utilizada nas publicações em jornais”, afirmou.
Fotos: Humberto Filho (Cecom MPBa)