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População de Cajazeiras cresce e carências do bairro aumentam
População de Cajazeiras cresce
e carências do bairro aumentam
Carentes de cartório, transporte público, escolas, complexo policial e espaço para prática de esportes, cidadãos que residem no bairro mais populoso da cidade de Salvador, Cajazeiras, amargam com o descaso do Poder Público. Abrigando mais pessoas do que a segunda cidade mais populosa do estado (Feira de Santana), o bairro tem moradores e demandas em abundância. São postos médicos que não funcionam por falta de médicos e de medicamentos, delegacia fisicamente comprometida enquanto outros equipamentos públicos encontram-se abandonados, entre outras tantas demandas que impedem o exercício efetivo da cidadania de moradores, que, hoje (17), tiveram a oportunidade de apresentar seus anseios ao Ministério Público estadual. Atento às reclamações de líderes comunitários, empresários, professores e donas de casa, o procurador-geral de Justiça Lidivaldo Britto garantiu que eles “não estão sozinhos na luta por melhores condições de vida e desenvolvimento da comunidade”.
As pontuações foram apresentadas ao procurador-geral de Justiça durante uma audiência pública realizada pelo MP no Colégio Estadual Dona Leonor Calmon, com o objetivo de conhecer as carências do bairro para intermediar a solução das questões junto aos órgãos públicos competentes. A iniciativa dá prosseguimento à atuação mais direta do MP em Cajazeiras, que abrigou por 15 dias o projeto “MP Vai às Ruas”, possibilitando à Instituição prestar atendimento a 924 pessoas. Nesse tempo, foram efetivados reconhecimentos espontâneos de paternidade, encaminhados casos para exames de DNA, promovida à retificação de registros civis, entre outros serviços, que também já foram prestados às comunidades de Mussurunga e Bairro da Paz por meio do ônibus do projeto. Nos próximos meses, o projeto será levado ao Nordeste de Amaralina, Alagados e Subúrbio Ferroviário.
Segundo afirmou Lidivaldo Britto, o Ministério Público não tem recursos para instalar uma Promotoria em cada bairro da cidade, mas isso não impossibilita a Instituição de prestar um correto atendimento à população, que deve ter seus direitos tutelados. De acordo com procurador-geral, o MP iniciará seu processo de descentralização com a instalação de uma Promotoria Comunitária no Pelourinho, mas, agora, a Instituição prossegue com o desenvolvimento do “MP Vai às Ruas”, realizando esse atendimento mais próximo em comunidades carentes. Uma iniciativa que, segundo o coordenador em exercício do projeto, promotor de Justiça Adilson de Oliveira, já está produzindo bons frutos. Para o diretor do Colégio Estadual, Natan Marreiro, “este é um momento histórico, que possibilita a junção de forças para o enfrentamento de problemas como os da educação, que passa por um processo de sucateamento”. Ele reclamou ao PGJ o descaso do Estado para com as escolas públicas, afirmando que o repasse de recursos não tem sido feito da maneira correta.
Os líderes comunitários e donas de casa reclamaram que o prefeito municipal, durante as eleições, comprometeu-se com a construção de uma estrada que ligará Cajazeiras à BR 324, mas isso nunca foi feito e está prejudicando aqueles que precisam percorrer longas distâncias para trabalhar. Também a falta de pediatras e UTI no hospital do bairro, de uma quadra esportiva para afastar os jovens das drogas e de um cartório foram reclamadas à Lidivaldo, que disse ser “um absurdo” não haver cartório ali, ao passo que informou que irá contactar a presidente do Tribunal de Justiça para que alguma providência seja adotada. Atentos a todas as reclamações os coordenadores dos centros de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Criminal (Caocrim), promotor de Justiça José Renato Oliva, e do Consumidor (Ceacon), promotora de Justiça Railda Suzart; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nilton Mascarenhas; a delegada da 13ª Delegacia, Neuza Conceição; os presidentes do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc), Roberto Sá Meneses, e das Associações e Entidades Representativas de Cajazeiras e Adjacências, Evanir Araújo, presenciaram ainda um desabafo indignado de Fausto Joaquim, que lembrou que as leis asseguram direitos às pessoas com deficiência como ele, mas que, em Cajazeiras, não há a possibilidade de inclusão desse grupo vulnerável, pois não se garante, no bairro, o direito de ir e vir. Até os colégios são repletos de escadas e barreiras que impossibilitam o acesso à educação, reclamou Fausto, destacando ser inadmissível, num estado de direito, a marginalização das pessoas com deficiência. Concordando com as colocações, Lidivaldo Britto informou que encaminhará as demandas aos órgãos responsáveis por atendê-las e cobrará a adoção das providências.
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