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'Salvador Cidadania' está resgatando vidas
‘Salvador Cidadania’ está
resgatando vidas
Com mais de 1.300 abordagens em apenas três meses de atuação, o ‘Salvador Cidadania’, um programa implementado pela Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), em parceria com o Ministério Público estadual e a Fundação José Silveira, começa a apresentar resultados positivos. São 797 pessoas cadastradas, 247 delas acolhidas em abrigos, 41 encaminhadas para as suas casas e 108 de volta aos municípios de origem, números que, segundo o procurador-geral de Justiça Lidivaldo Britto, demonstram o êxito do projeto, que tem o objetivo de executar ações de proteção de média e alta complexidade no atendimento às pessoas que vivem nas ruas de Salvador, retirando-as dessa situação e lhes oferecendo a assistência social necessária. O senhor Zênio Viana, que tem 49 anos e passou oito deles morando nas ruas, é uma das pessoas beneficiadas pelo programa, que lhe trouxe “muita esperança” para “trilhar um novo caminho”. A mesma esperança está sendo compartilhada por Pedro de Jesus, que tem 24 anos e viveu nas ruas do Pelourinho por oito meses. Acolhido e capacitado pelo ‘Salvador Cidadania’, ele está sendo contratado para o primeiro emprego.
Lançado em 1º de junho último, o ‘Salvador Cidadania’ desenvolve diariamente ações que visam o atendimento e o abrigamento da população em situação de rua, para propiciar o resgate da cidadania, dos vínculos familiares e a melhoria da condição de vida dessa população. Com o apoio fundamental da Fundação José Silveira, o programa está sendo implementado pela Setad com prioridade máxima, conforme garantiu o secretário municipal Antônio Brito, que afirmou que “não teria chegado a esses resultados não fosse a liderança e o velamento do MP”. Para ele, o problema do grande número de pessoas desassistidas vivendo nas ruas “é um problema de sociedade, que precisa da conjugação de esforços para ser resolvido”. É para isso que o ‘Salvador Cidadania’ vem trabalhando, destacou Antônio Brito, lembrando que o programa trabalha com três vertentes: a população de rua, o projeto sinaleira (ações imediatas) e o Salvador de bairro em bairro (ação preventiva). Por meio deles, as pessoas são abordadas e lhes é proposto o acolhimento (adultos) ou encaminhamento aos Conselhos Tutelares (crianças e adolescentes). Os acolhidos são incluídos em programas de alfabetização de adultos, que conta com turma de 30 alunos, de qualificação para inserção no mercado de trabalho, que tem 20 beneficiados, entre outros.
Outra ação que há um mês está sendo desenvolvida por equipes do ‘Salvador Cidadania’ é a de retirada de crianças e adolescentes vítimas da exploração do trabalho infantil das sinaleiras da cidade. Equipes do programa estão atuando nas sinaleiras da Barra, Itaigara, Pituba e Avenida ACM, onde já foram realizadas 282 abordagens. Conforme os dados, foram identificadas 140 crianças e adolescentes, a maioria na sinaleira dos Correios, na Pituba, sendo que 19 crianças já foram incluídas no Peti, nove cadastradas para receber auxílio alimentação e 17 tiveram a documentação regularizada. A ação, segundo destacou a coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Infância e Juventude (Caopjij), procuradora de Justiça Lícia de Oliveira, na reunião em que também participaram a delegada titular da 1ª Delegacia, Patrícia Nuno, e o diretor do Cedeca, Waldemar Oliveira, é de extrema importância pois crianças e adolescentes desamparados e “invisíveis” frente ao Poder Público e a sociedade começam a ser vistas e acolhidas.
Compartilha o mesmo entendimento o procurador-geral de Justiça, que destacou a alegria em ver os resultados do programa. Ele ressaltou, entretanto, que alguns pontos precisam ser analisados para que o trabalho seja ampliado. É preciso levar informações sobre os programas sociais que a Prefeitura oferece aos centros de doação, disse Lidivaldo, esclarecendo que os centros podem orientar as pessoas a buscarem a inclusão social. Ele também destacou que é importante a Setad participar das audiências públicas promovidas pelo ‘MP Vai às Ruas’ para identificar as demandas sociais dos bairros e contactar com as lideranças comunitárias para melhor esclarecer sobre os programas que podem ser oferecidos à comunidade. Finalizando, Lidivaldo Britto frisou que “tudo é possível, e vale muito a pena sonhar com uma sociedade mais inclusiva”.
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