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SEMANA DO MP – Chalita destaca a importância da habilidade emocional no trabalho dos promotores
SEMANA DO MP – Gabriel Chalita destaca a importância da habilidade
emocional no trabalho dos promotores de Justiça
“A educação é um tema profundamente instigante, pois está ligado a tudo aquilo que pode proporcionar a uma sociedade ser verdadeiramente justa”. Com esta declaração, o professor e deputado federal Gabriel Chalita abriu a palestra do segundo dia da ‘Semana do MP 2013’, que teve como tema ‘Educação e Desenvolvimento Social’. A exposição contou com a mediação do ex-promotor de Justiça, advogado e consultor jurídico Alexandre de Moraes. Para Chalita, formar pessoas significa desenvolver algumas habilidades que estão previstas no texto constitucional: a cognitiva, social e emocional. A primeira habilidade – a cognitiva – destrói a tese de quociente de inteligência (QI), pois esta afirma que algumas pessoas teriam inteligência e outras não. “Todas as pessoas possuem a habilidade cognitiva, ou seja, possuem a capacidade de aprender e desenvolver a inteligência. Quando não educamos de forma correta, jogamos fora talentos e não damos o direito a uma criança de ter um futuro”, afirmou.
A segunda habilidade – a social – refere-se à necessidade de desenvolvermos a nossa relação com os outros. Assim, este conceito trata das relações humanas, da importância das pessoas se auxiliarem e tratarem o outro como gostariam de ser tratados. “Temos que enxergar o outro e entender que o nosso poder é passageiro. Vejam a beleza de ser ‘promotor de Justiça’, que é aquela pessoa que optou em passar a sua vida promovendo aquilo que mais acredita: a justiça”. Ele complementou que devemos imaginar como o outro gostaria de ser tratado, para daí respeitarmos as pessoas que trabalham com a gente, já que todos têm direitos iguais. “O novo líder é aquele que constrói relações”. Já a terceira habilidade abordada pelo professor foi a emocional, que, segundo ele, demonstra a importância dos educadores ‘educarem’ suas próprias emoções. “Somos seres humanos e nascemos pela emoção, gostamos de ser vistos e valorizados. Por outro lado, precisamos ‘educar’ nossas frustrações cotidianas e entender que a felicidade está no ordinário e não no extraordinário”. Neste contexto, o ordinário se refere ao dia-a-dia, ao nosso trabalho e ao fato de estarmos felizes ao encontrar outras pessoas.
“Quando tenho essa habilidade emocional desenvolvida, se torna mais fácil, por exemplo, compreender porque decidi promover justiça”, enfatizou. Graduado em Filosofia e Direito, Gabriel Chalita é mestre em Direito e Ciências Sociais e doutor em Filosofia do Direito e Comunicação e Semiótica. Atuou em ONGs e foi secretário da Juventude, Esporte e Lazer. Autor de mais de 63 livros, Chalita também é professor dos cursos de graduação e pós-graduação da PUC-SP, do Mackenzie e da FMU.
Desafios do Ministério Público
O advogado e consultor jurídico Alexandre de Moraes ressaltou que o MP tem atualmente dois grandes desafios. O primeiro é o de auxiliar os gestores e atuar de forma conjunta na formulação de políticas com o objetivo de melhorar a educação. Além disso, o outro desafio é o de atuar em equipe. “A Instituição precisa alterar sua estrutura, sua forma de organização e atuar mais regionalmente”, explicou. Ele complementou que com esta nova estruturação, o MP estará mais equipado para combater o crime organizado. Na visão de Alexandre de Moraes, o grande problema atual da instituição é o preconceito que muitos promotores têm com a política, pois “essa demonização é absolutamente perigosa para a democracia”. Um exemplo citado pelo consultor jurídico é a importância da atuação conjunta da instituição com o poder público na área de segurança pública. “O Ministério Público pode e deve formular conjuntamente e exigir dos outros poderes melhor investimento nesta área”.
Fotos: Humberto Filho/Cecom-MPBA
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