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Carnaval 2020 - Membros e servidores participam de capacitação sobre acessibilidade das pessoas com deficiência no Carnaval
O Ministério Público estadual recebeu na manhã de hoje, dia 21, o assessor técnico da Superintendência dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Sudef), Luiz Antônio Araujo, e o assessor da Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem) , Sidney Borges, que ministraram uma capacitação para promotores de Justiça e servidores sobre acessibilidade e como atender melhor as pessoas com deficiência que estejam nos circuitos do Carnaval. A Sudef é ligada à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), com a qual o MP firmou parceria para atuação conjunta no Carnaval. “Ontem estivemos nas três unidades do ‘Camarote Acessível’, no Campo Grande, Praça da Piedade e Ondina, onde observamos algumas inconformidades relativas à acessibilidade das pessoas com deficiência, mas já estamos em tratativas com a Prefeitura de Salvador para que sejam resolvidas ainda nesse Carnaval”, afirmou o promotor de Justiça Inocêncio de Carvalho, coordenador do Grupo de Trabalho do MP no Carnaval.
O assessor da Flem, Sidney Borges, que também é usuário de cadeira de rodas, relatou que a principal reclamação das pessoas com deficiência no ano passado foi a dificuldade enfrentada para chegar nos circuitos, “pois a maioria dos ônibus não paravam nos pontos ou estavam cheios demais”. Ele complementou que praticamente todos os camarotes privados “não possuem parapeito adaptado para pessoas com deficiência. É um detalhe simples, mas que é fundamental, pois as pessoas usuárias de cadeiras de rodas não conseguem ver nada da festa com o parapeito alto. No entanto, sabemos que não haverá lugar perfeito para as pessoas com deficiência, já que cada pessoa tem uma especificidade”.
Entre as dicas de abordagem citadas na capacitação estão a importância de ser expressivo e falar claramente em velocidade normal com os deficientes auditivos, tendo o cuidado de olhar de frente para a pessoa para que ela possa enxergar sua boca quando estiver falando. Luiz Antônio Araújo falou também que se deve atentar para nunca pegar a pessoa cega pelo braço, alertando-a sobre os obstáculos que estiverem na frente. “Também não receie em falar palavras como cego e ‘ver’. Já diante dos usuários de muletas nunca tenha pressa e acompanhe o ritmo da marcha do seu usuário”. Ele citou ainda alguns cuidados que devem ser tomados na abordagem com os usuários de cadeiras de rodas como nunca se apoiar na cadeira; se a conversa for demorada é ideal ficar no mesmo nível do olhar; e quando for descer rampas deve-se usar sempre a marcha à ré para evitar que a pessoa perca o equilíbrio”.
Bloco ‘Me Deixa à Vontade’
A equipe do MP marcou presença durante essa tarde na concentração do bloco ‘Me Deixa à Vontade’, no Campo Grande. Pelo 24º ano consecutivo, o bloco leva centenas de pessoas com deficiência nas ruas do Circuito Osmar, contribuindo para desmistificar a discriminação e o preconceito. Na ocasião, os membros e servidores do MP distribuíram tatuagens com a frase ‘Não é Não’, tiaras e ventarolas sobre a campanha do Carnaval que tem como lema ‘Carnaval de verdade é com respeito, paz e diversidade’. O bloco é uma iniciativa da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), e conta com o apoio da SJDHDS.
Crédito das fotos: Guilherme Weber - Rodtag e Humberto Filho
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