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Candidatos de vários estados iniciam seleção para promotor de Justiça da Bahia
Candidatos de vários estados iniciam
seleção para promotor de Justiça da Bahia
Lysandra Castro (paulista), Bruno de Moura (carioca), Sérgio Matos (brasiliense) e Gicarlos Dourado (baiano). Esses são apenas quatro dos quase 1900 protagonistas de uma história que, para alguns, pode ter se iniciado ontem, dia 14, nas salas de aula da Faculdade 2 de Julho. Lá, candidatos de muitos cantos do Brasil iniciaram uma disputa pelas 25 vagas que o Ministério Público do Estado da Bahia está oferecendo para o cargo de promotor de Justiça. Uma boa oportunidade de ingresso no serviço público que, conforme lembrou a presidente da comissão do concurso, procuradora de Justiça Natalina Santana Bahia, possibilitará ao MP designar novos promotores para as comarcas de entrância inicial que, por causa da grande movimentação na carreira, encontram-se vagas. A carência detectada no interior e o amparo na previsão legal, aliás, disse ela, traz à Instituição a possibilidade de empossar até 50 novos membros.
A boa notícia da presidente da comissão deverá servir de alento para os bacharéis em Direito que, em sua maioria, deixaram as salas de aula destacando o “alto nível da prova”. “Uma prova muito difícil”, segundo ressaltou um candidato que não quis se identificar, alegando já ocupar um cargo em uma das instituições incumbidas pela Constituição Federal em exercer funções essenciais à Justiça. De acordo com esse candidato, que, apesar de exercer suas funções há mais de um ano, quer mesmo é ser promotor de Justiça, a prova, aplicada nesta primeira fase, não dará chances aos chamados “concurseiros”, pois foi muito bem elaborada e trouxe questões voltadas especificamente para o MP. É por isso que, para a paulista Lysandra Castro, só passará quem está se preparando para o concurso há algum tempo. Ela, que tem seis anos de formada e pela primeira vez tenta passar em concurso fora do seu estado, acredita ser uma das “predestinadas” e, mesmo afirmando que a prova foi “dificílima”, disse que aguarda estar aqui nas próximas fases.
Outro candidato que acredita na realização do sonho de ser promotor é o baiano Gicarlos Dourado. Para ele, este concurso é sua grande chance. “Além de exercer um cargo tão importante pela sua função social, há pra mim a possibilidade de retornar à Bahia”, frisou ele com os olhos brilhando de esperança. Gicarlos, que tem 32 anos e reside em Brasília, onde desenvolve as suas atribuições de servidor federal - diretor substituto do Juizado Especial Criminal -, há oito anos estuda e busca ser membro do MP. Longa estrada também já percorreu Bruno de Moura que, segundo a sua esposa Tatiana de Moura, faz cursos para garantir uma vaga desde o ano de 2004. “Esse é o grande sonho dele”, afirmou a ex-candidata, que viu seu sonho se esbarrar nos portões de entrada da faculdade. Ela, após se perder com o marido, enfrentar engarrafamento e contar até com o auxílio da SET para chegar ao local, terá que esperar uma nova oportunidade porque se atrasou. “Mas o meu marido conseguiu chegar a tempo”, comemorava Tatiana, dizendo que, lutando para que pelo menos um não perdesse a chance, mandou ele pegar um táxi no meio do caminho.
Correndo para também se valer do auxílio de um táxi estava o brasiliense Sérgio Matos. Mas ele não corria pelos mesmos motivos do casal. Seu medo era perder o vôo de volta pra casa, pois boa prova já havia feito. Segundo Sérgio, que deixou a faculdade apressado àbbs 16h30 porque seu avião partiria às 18h, a prova estava “bem difícil”, mas pelos seus anos de dedicação aos estudos valia a pena acreditar. Histórias diversas não faltaram aos concorrentes de ontem. Certamente muitos deles ainda terão o que contar, pois o processo seletivo ainda terá várias fases, conforme afirmou ao procuradora de Justiça Natalina Bahia, ressaltando a tranqüilidade da seleção realizada no ‘Dia Nacional do Ministério Público’.