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Médico acusado de mandar matar o pai é denunciado pelo MP
Médico acusado de mandar matar
o pai é denunciado pelo MP
Acusado de ser o mandante do assassinato de Isnard Costa de Souza (73 anos), ocorrido em 20 de novembro do ano passado, o médico José Ricardo Campos de Souza (32 anos), filho da vítima, foi denunciado à Justiça pelos promotores de Justiça Antônio Luciano Assis e Davi Gallo Barouh. Foragido desde o último dia 16, quando foi decretada a sua prisão preventiva, José Ricardo é acusado de ser o autor intelectual do crime perpetrado pelo pedreiro Luciano Bonfim Alves, que também foi denunciado pelo homicídio triplamente qualificado. A denúncia apresentada pelos promotores de Justiça na última sexta-feira, dia 18, deverá ser avaliada pelo juiz Ernani Garcia Rosa, da 2ª Vara Crime do Júri, o mesmo que acatou o pedido de prisão solicitado pelo Ministério Público estadual.
Segundo os promotores de Justiça, o médico planejou o homicídio do pai para “se valer do dinheiro do seguro do qual seria beneficiário”. Torpe, portanto, a motivação do crime que foi cruelmente praticado contra um ancião de frágil compleição física dentro de sua casa, no exato momento em que distraidamente assistia à televisão, alegam Luciano Assis e Davi Gallo, esclarecendo que Luciano Bonfim recebeu R$ 3 mil para assassinar Isnard. Eles relatam na denúncia que o crime foi “tramado” dias antes da execução, quando Luciano desenvolvia serviços de pintura na residência da vítima, e José Ricardo lhe apresentou a proposição de realização do “serviço”. O médico ofereceu ao pintor os R$ 3 mil e mais um prêmio, não mencionando, a priori, a sua natureza, informam os promotores, acrescentando que, no dia do assassinato, por volta das 16h, José Ricardo se encontrou com Luciano para lhe entregar as cópias das chaves de acesso à casa e a quantia prometida. Por volta das 18h, Isnard Costa de Souza foi surpreendido com os golpes do barrote de madeira que lhe causaram a morte, sendo o seu corpo só encontrado no dia seguinte pelo médico que chegava do plantão.
Fato curioso destacado por Davi Gallo já no pedido de prisão preventiva é que, no dia 20 de novembro, a esposa de Isnard viajou e ele se deslocou até o município de Feira de Santana a fim de visitar a sua filha. “No período da tarde, porém, a vítima recebeu um telefonema de José Ricardo pedindo o retorno dele para Salvador, mas o médico, estranhamente, não mais retornou a ligar para seu pai naquele dia”. “Se era tão urgente a vinda da vítima para Salvador, por que José Ricardo não mais falou com ele naquele dia?”, questiona o representante do MP, assinalando que o plantão seria “um álibi para afastar qualquer suspeita que viesse a pairar sobre José Ricardo”.