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Bate-papo com personalidades do Movimento Negro marca lançamento de campanha de combate ao racismo
Um bate-papo com a Major da PM Baiana, Denice Santiago, a jornalista Maíra Azevedo (Tia Má), o militante do Movimento Negro Vitor Marques, e João Hugo, fotógrafo e homem trans, marcou o lançamento da campanha do Ministério Público estadual ‘Todos contra o Racismo’, que aconteceu hoje, dia 17, na sede da Instituição, no CAB. O evento foi aberto pela procuradora-geral de Justiça Ediene Lousado, conduzido pela promotora de Justiça Lívia Vaz, coordenadora do Grupo Especial em Defesa da Mulher e da População LGBT (Gedem) e do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhis), e contou com a participação da promotora de Justiça Márcia Teixeira, coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH). “Nos empenhamos desde o início na defesa da dignidade da pessoa humana. E diante do racismo, precisamos nos posicionar de forma firme, com discurso coerente, educativo e com amor, pois essa é a melhor forma de combater toda a crueldade contra a população negra”, destacou a chefe do MP baiano, Ediene Lousado.
A campanha é composta por VT, spots para rádios, cartazes, totem, livreto, outdoors e peças digitais, além do site todoscontraoracismo.com.br. O objetivo é alertar a população sobre a importância de somar esforços para combater o racismo, além de convocar os expectadores para contarem de que forma cada um combate o preconceito. No site, os cidadãos podem deixar seu depoimento sobre a temática. Entre os protagonistas da campanha estão Tia Má, Major Denice, João Hugo, Victor Marques, Vovô do Ilê, Jorge Washington, do Grupo de Teatro Olodum, a ativista Sellena Ramos, a desembargadora Federal Neuza Alves, a professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Zelinda Barros, e a cientista social Trícia Calmon. Eles não cobraram cachê. “O importante dessa campanha é institucionalizar o combate ao racismo”, ressaltou a promotora de Justiça Lívia Vaz. Para a jornalista Maíra Azevedo, é essencial ocupar os espaços na internet. “Façam canais no youtube. Se tivermos três pessoas inscritas nos nossos canais, já teremos três pessoas para nos ouvir”, conclamou. Ela complementou que as discussões sobre o combate ao racismo não devem se restringir somente ao Movimento Negro. “Quem sempre oprimiu continua sem discutir o racismo porque não quer perder privilégios”, frisou. Para a promotora de Justiça Márcia Teixeira, é essencial combater qualquer forma de discriminação. “Coisa de preto é ter coragem, é estar em qualquer lugar que ele queira estar”, afirmou
Coragem
“Eu comecei com a coragem da menina preta, de periferia e de escola pública. Mas sempre pensei na coragem que me indispõe na corporação. O que me incomoda enquanto policial é trazer essa discussão para a PM na tentativa de mudar essa história de racismo na Instituição”, afirmou a Major Denice, destacando que se sentiu lisonjeada por estar ‘confiando’ a sua imagem na campanha do MP de combate ao racismo. Para o ativista negro Victor Marques, o “racismo é um elemento estrutural e estruturante que cabe a cada um de nós combater”. Já João Hugo falou sobre a importância do respeito e o “direito de estar naquele espaço por ser negro e homem trans”.
Crédito das fotos: Guilherme Weber - Rodtag
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